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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Por RICARDO ARANTES (opinião)

No dia 11 de Outubro, estão marcadas as eleições autárquicas no nosso país. Quando fazemos uma reflexão para irmos votar nesta ou naquela pessoa, neste ou naquele partido, pensamos sobretudo no mandato anterior, no que o marcou para fazermos essa tal avaliação.

Olhar para Vila Verde e não pensar no clima de claustrofobia democrática que ocorre num concelho com mais de 150 anos de história como o nosso, não seria certamente correcto da minha parte. Estar numa simples conversa entre amigos, “funcionários do poder” e sentir o medo que eles têm em criticar as empresas municipais ou a própria câmara municipal é algo que atormenta qualquer pessoa educada nos valores de Abril como eu fui.

Este concelho precisa urgentemente da democracia e dos valores de outros tempos. Será normal na festa de apresentação da candidatura do psd forrar os Paços do Concelho com outdoors de campanha laranja? Teremos aqui uma chamada união autárquica? Mas então o que é que estes senhores do poder pensarão do 25 de Abril de 1974? Olhar novos meios de comunicação como a internet e ver a imensa quantidade de blogues anónimos existentes na crítica à autarquia, não tenho dúvidas que é também e infelizmente um reflexo desta asfixia. Será isto normal? Algo é certo, é que teremos todos, tempo para reflectir até Outubro!

Não sejamos inocentes nem tapemos o sol com a peneira.
Precisamos de uma autarquia mais democrática, mais empreendedora, mais exigente, mais rigorosa e muito mais capaz. Rigorosa no trabalho, e não a viver da concertina por aqui e por ali como o anterior presidente nos habituou. Exigente para conseguir pôr o passivo autárquico em ordem e não cair no descrédito como outras caíram governadas por esse mesmo partido laranja. Hipotecar Vila Verde não é solução, construir parques de estacionamento para ficarem apenas com as viaturas camarárias e vender todo o estacionamento no centro também não. Os nossos comerciantes locais precisam que as pessoas venham, parem e não fujam de cá. As parcerias público privadas aprovadas neste concelho pelo executivo alaranjado foram também um tremendo erro que só demonstram uma falta de estratégia política, satisfazendo alguns interesses.

Precisamos de um município, empreendedor no incentivo ao
investimento como forma de atrair pessoas e criar emprego, algo que já não vejo por cá há muito tempo. Apenas um concelho com uma economia viva adaptada às necessidades locais permite satisfazer e contribuir para a sua emancipação jovem. Necessitamos que a autarquia seja capaz de uma política séria, na acção social, que é essencial e que não deve ser descorada pela autarquia. Só um concelho propenso ao combate das desigualdades sociais e na luta das oportunidades e justiça social poderá garantir a estabilidade social para todos os munícipes. Na educação dos nossos jovens munícipes, travando uma luta contra o tão grande abandono escolar neste concelho. No âmbito da acção social escolar é obrigatório serem criadas estruturas de apoio aos alunos mais desfavorecidos. Na habitação garantindo o possível acesso de qualidade a custos controlados e justos. Um factor essencial no sentido dos jovens ficarem por cá. Na cultura, sendo a autarquia essencial no desenvolvimento das pessoas através das mais diferentes vertentes, expressões e áreas de actuação. Não é normal existir uma casa da cultura abandonada, sem actividade e ocorrerem bienais de arte jovem em parques subterrâneos de estacionamento como forma de lhe poder dar algum uso. A cultura é também hoje sinónimo de uma política autárquica mais próxima dos cidadãos e por cá esta não passa de festas de concertinas. Na juventude sendo que a participação dos jovens na vida cívica e política produz um acrescento fundamental na concepção e concretização de bandeiras e causas, capazes de acrescer valor ao nosso espaço. No ambiente com a definição de planos estratégicos. Não é normal no nosso concelho ainda se andar à procura de ecopontos para se querer simplesmente reciclar por um mundo melhor. No desporto e associativismo que são áreas vitais numa sociedade cada vez mais individualista. As associações têm que ser sem dúvida mais apoiadas, pois quem lá está coloca muitas vezes as suas capacidades ao serviço da comunidade como forma de servir a causa pública. Por outro lado, para que tenham apoio não se pode exigir que estejam tão dependentes do serviço camarário nem que sirvam os seus êxitos como propaganda para tal como tem surgido até esta parte. O orçamente participativo quase ninguém ouviu falar dele por cá. No planeamento municipal de forma rigorosa sem a burocracia que lhe está associada nesta câmara. É uma vergonha em pleno sec. XXI, infra-estruras básicas como redes de abastecimento e saneamento de água ainda não serem uma realidade para todos os munícipes. Na mobilidade municipal e intermunicipal que é coisa que nunca aconteceu nesta autarquia.

Precisamos assim de uma câmara ao serviço e mais próxima de todos os munícipes.
Sim de todos, porque afinal todos somos vilaverdenses.

A mudança é necessária! Estou certo que
Luís Filipe Silva é o rosto que merece a oportunidade e que pode trazer o rigor e a tranquilidade à muito desejada. Sejamos claros, a escolha do voto só pode ser uma. Vamos votar pela mudança certa, precisa e tranquila. Votar pela renovação, pela exigência, pela capacidade, pelo rigor, pela humildade, pelo trabalho e pela juventude. Votar POR VILA VERDE.

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